O Instituto Tartarugas do Delta registrou nessa última semana o nascimento de mais de 300 filhotes de tartarugas marinhas na Praia do Arrombado, em Luís Correia e Pedra do Sal, em Parnaíba, litoral do Piauí. A vice-presidente do Instituto, Werlanne Magalhães, explicou que os animais são da espécie tartaruga-de-pente e tartaruga-cabeçuda.
De acordo com Werlanne Magalhães, as tartarugas marinhas estão em temporada reprodutiva e os profissionais do Instituto fazem o monitoramento de mais de 120 ninhos nas praias piauienses.
“A gente tá em plena temporada reprodutiva, a temporada no Piauí começou em dezembro, e geralmente encerra em setembro, quando nasce o ultimo ninho. São mais de 120 ninhos monitorados e até julho eu tenho fêmea subindo nas praias e nascimento até setembro”, explica a vice-presidente.
As praias de Luís Correia e Parnaíba são locais de desova e berçário de tartarugas marinhas. Durante esse período de reprodução das espécies, o Instituto Tartarugas do Delta tem equipes durante o dia e noite para identificar as fêmeas e os ninhos. A expectativa para esta temporada é mais de 200 ninhos.
“A gente está no trabalho de monitoramento de praia noturno e diurno. O noturno é para flagrar as fêmeas e marcá-las para ter uma ideia da quantidade de tartarugas que vem desovar no Piauí e as espécies que vem. No monitoramento diurno é ver se tem alguma fêmea que subiu e na sequência a gente monitora os ninhos e o período de incubação é de 45 a 60 dias”, complementa Werlanne.
A vice-presidente estima ainda que mais de 90 tartarugas utilizem o litoral piauiense para confeccionar seus ninhos. Porém, ela destaca que o número pode ser maior, já que o Instituto não possui recursos suficientes para fazer o monitoramento diário. Atualmente, o Instituto conta com o apoio da APA Delta do Parnaíba e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar).
Ameaças aos ninhos
Nas praias, os ninhos de tartarugas marinhas podem sofrer diversas ameaças externas como a circulação de carros, que pode atropelar os filhotes e destruir os ninhos e a iluminação incorreta, que atrai as tartaruguinhas para direção errada.
“Dentro das ameaças a gente cita a iluminação, que a gente chama de fotopoluição e a gente precisa ter cuidado com as construções na área de praia para não atrapalha. A orientação é ter luz de forma adequada, sem trazer prejuízo para as tartarugas. E a circulação de veículos na praia. As praias do litoral do Piauí é um berçário da tarturtagas marinhas e as pessoas precisam ter esses conhecimento. A gente identifica os ninhos, mas pode ter algum que, de repente, não tenha sido sinalizado pela equipe de campo e carros podem atropelar ou destruir”, ressalta Werlanne.
Fonte: Cidadeverde.com