Messi? Mbappé? Cristiano Ronaldo? No Catar, Neymar já ganhou a Copa. Ninguém é tão idolatrado quanto o brasileiro no país

Por: Maurício Costa
Publicado em 17/11/2022 às 15h54

O jogador do PSG está em todos os lugares. Propagandas na tevê, no aeroporto, nos caixas eletrônicos, casas de câmbio. Ele é o maior garoto-propaganda do Mundial no Catar.
Está em frente a lojas de telefonia, agências bancárias, nas costas de garotos árabes.
É impossível se livrar dele.
Principalmente para quem chega ao país pela Qatar Airways.
As propagandas com Neymar passam antes de qualquer filme, série. Por exemplo, nas longas 14 horas e meia que separam São Paulo de Doha.
Ao ser comprado, como o jogador mais caro do mundo, pelo PSG, em 2017, o plano do Qatar Investment Authority, dono da Qatar Sports Investment, era ter o talentoso brasileiro no PSG, clube que está sob seu domínio.
E também torná-lo o principal garoto-propaganda da Copa do Mundo de 2022.
A previsão, em 2017, era que Neymar ganharia pelo menos uma vez a Bola de Ouro, como melhor jogador do planeta.
Mesmo sem conseguir se tornar o número 1 do mundo, tem mais de 240 milhões de seguidores nas redes sociais, e por tudo o que fez no Barcelona, na seleção brasileira e no PSG é o principal ídolo no país da Copa. Indianos e paquistaneses, que vieram em massa para a Copa, também têm em Neymar a principal referência no futebol.
O Westin Doha Hotel & Spa, hotel mais do que luxuoso, em que o Brasil ficará em Doha, terá um esquema especial de proteção para a seleção de Tite. Mas o foco principal será proteger Neymar.
O preço de cada quarto varia entre R$ 3 mil e R$ 12 mil.
Essa idolatria se reflete em todos os sentidos.
Até mesmo na imprensa local.
As declarações de Neymar repercutem.
Como a que fez ao jornal britânico The Telegraph, quando garantiu, brincando, a Messi, que a Copa do Mundo do Catar será “dele” e não do argentino.
É como se ele garantisse que o hexacampeonato está garantido.
Tudo que ele faz e diz é levado muito mais a sério aqui no Catar do que no Brasil.
Sua idolatria é sem filtros, sem tanta cobrança, como ele reclama dos brasileiros.
Houve comoção em Doha, quando o PSG perdeu a final da Champions League, em 2020, para o Bayern. O nível do futebol local é fraco. Não disputaria a Copa se não fosse o país-sede.
Dez jogadores de seu selecionado serão estrangeiros.
Mas o jogador mais importante do Catar, o capitão Hassan Al-Haidos, não tem como concorrer em idolatria com Neymar.
O fato de o brasileiro também ter afirmado que esta poderá ser sua última Copa trouxe ainda mais expectativa sobre sua participação.
Os catarianos se preocupam mais com sua provável despedida de mundiais do que o confirmado adeus de Cristiano Ronaldo e de Messi.
Há a certeza de que nas partidas do Brasil, os torcedores locais estarão do lado da equipe de Tite por conta do seu camisa 10.
Se Neymar já não fosse bilionário e não quisesse se despedir do futebol no Brasil, ele poderia ganhar muito dinheiro no Catar.
De acordo com a imprensa local, Dudu recebia cerca de 1 milhão de dólares por mês, no Al Duhail, no ano em que ficou emprestado pelo Palmeiras.
O Catar é o país mais rico do mundo.
Mas sabe que terá Neymar com a seleção brasileira apenas nesta Copa do Mundo.
Daí a onipresença do brasileiro, onde quer que se vá em Doha.
Aqui Neymar pode se orgulhar.
É muito mais idolatrado do que no país onde nasceu…

Fonte: R7.Com



Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Para utilizá-lo, você deve estar logado no Facebook. Não serão aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos etc. serão excluídos pelos moderadores do site.